O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem cura?

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Diagnóstico e características.

Por Cindy Morão e Gabriel Brito

Provavelmente nunca se falou tanto sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) como hoje em dia. Apesar disso, ainda muitas dúvidas pairam sobre o ar. O que realmente é o TEA? Como diagnosticar? Tem tratamento? Há cura?

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o TEA é um dos muitos transtornos do neurodesenvolvimento, como a Deficiência intelectual, Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e os Transtornos de Aprendizagem, como a dislexia e a discalculia.

O que todos esses transtornos têm em comum?

Todos esses transtornos têm início na infância ou adolescência e são caracterizados por déficits que acarretam prejuízos:

  • nas atividades de vida diária,
  • na vida pessoal,
  • no desenvolvimento social,
  • na vida acadêmica ou profissional.

Já nos primeiros meses de vida, algumas crianças podem apresentar sinais sugestivos do diagnóstico de TEA:

  • dificuldades no contato visual,
  • parecem não ouvir quando são chamadas,
  • não sorriem em resposta ao outro,
  • não compartilham seus interesses chamando alguém próximo para fazer algo em conjunto,
  • não “partilham a diversão”, preferindo ficarem sozinhas.

Contudo, algumas crianças se desenvolvem normalmente até aproximadamente 2 anos de vida, quando começam a regredir e apresentar essas dificuldades.

O que é o diagnóstico e como ele é feito?

O diagnóstico é clínico, ou seja, é feito por meio da observação de um médico que, na maioria dos casos, deve contar com o apoio de outros profissionais, como o neuropsicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo e outros que a depender da idade e das condições da criança ou do adolescente façam parte da equipe de avaliação/intervenção.

Características do Transtorno do Espectro Autista

Vale destacar que nem todas as pessoas com TEA são iguais. Algumas apresentam comprometimentos severos e comprometimentos globais, enquanto outras, apresentam dificuldades tão leves que comumente passam a vida inteira despercebidas. Mas todas as pessoas que são consideradas TEA costumam ter:

  • Dificuldades de comunicação que dificultam que se relacionem de modo adequado com outras pessoas,
  • Comportamentos repetitivos, como querer sempre falar ou fazer algo da mesma maneira,
  • Interesses por vezes muito particulares e restritos, ex. por antenas de televisão, itinerários de ônibus, dinossauros, entre outros.

Muitos ainda apresentam comportamentos motores repetitivos e alterações sensoriais, como interesse por cheirar, lamber objetos e sensibilidade a sons, levando essas pessoas a cobrirem os ouvidos com suas mãos.

O TEA tem cura?

Embora a ciência tenha avançado bastante, ainda não se sabe a causa do TEA. Mas é possível afirmar que se trata de um transtorno que resulta de variações genéticas simultâneas em múltiplos genes. O TEA não tem cura, mas o tratamento adequado pode melhorar significativamente o desenvolvimento psicossocial e cognitivo dos sujeitos, aumentando a autonomia e a qualidade de vida do paciente e de sua família.

Dicas para um tratamento de sucesso:

  1. Iniciar o quanto antes as intervenções. Quanto mais rápido se inicia os tratamentos, melhores serão nos resultados na eficácia, na funcionalidade e na qualidade de vida das pessoas com TEA.
  2. O tratamento ser intensivo, ou seja, quanto mais horas for feito, melhor será a repercussão na vida da criança.
  3. As intervenções de ensino devem ser planejadas, repetidas e estruturadas.
  4. Envolvimento dos familiares, incluindo técnicas de treinamento para os pais. Quanto maior o envolvimento dos pais e aplicação das técnicas ensinadas a eles, melhor será o desenvolvimento de seus filhos.

De 60 a 70% das crianças que tem Transtorno do Espectro Autista têm algum nível de atraso no desenvolvimento, o que exige que os recursos para a aprendizagem sejam específicos. Já as pessoas com autismo leve apresentam faixa normal de inteligência e cerca de 10% possuem habilidades acima da média para sua idade.

Principais dificuldades apresentadas por crianças com Autismo

Os comportamentos mais difíceis das crianças com TEA são:

  • limite baixo para frustrações, distração,
  • irritabilidade,
  • falta de atenção,
  • hiperatividade,
  • repetição compulsiva,
  • isolamento,
  • instabilidade de humor,
  • movimentos de mãos estereotipados.
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