A importância dos brinquedos não estruturados e do contato com a natureza na primeira infância
A primeira infância é uma fase crucial para o desenvolvimento integral da criança. Nesse período, as experiências sensoriais, motoras e sociais são fundamentais para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, emocionais e físicas. Nesse contexto, os brinquedos não estruturados e o contato com a natureza se destacam como elementos valiosos que contribuem para um desenvolvimento mais completo e saudável.
Brinquedos não estruturados, como caixas, tecidos, pedras, folhas e outros materiais naturais, proporcionam uma liberdade criativa que brinquedos prontos e tecnológicos não conseguem oferecer. Eles incentivam as crianças a usarem a imaginação e a experimentarem, sem que o uso dos objetos esteja previamente definido. Segundo o currículo da cidade de São Paulo, é importante que as crianças tenham oportunidades de brincar de forma livre e exploratória, desenvolvendo a autonomia e a resolução de problemas. Ao interagir com materiais simples e sem uma função específica, as crianças criam suas próprias histórias e constroem aprendizados, o que fortalece suas habilidades de planejamento, criatividade e cooperação.
Além disso, o contato com a natureza, como brincar ao ar livre, explorar a terra, sentir diferentes texturas e observar o ambiente natural, tem sido associado a melhorias significativas no desenvolvimento infantil. Conforme pesquisas indicadas nas imagens que você forneceu, atividades ao ar livre e em contato com a natureza promovem avanços em diversas áreas do desenvolvimento, incluindo a atenção, a concentração, as habilidades motoras, o desenvolvimento emocional e a saúde física e mental. Brincadeiras ao ar livre ajudam a desenvolver uma relação afetiva com o meio ambiente, o que é essencial para a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com o cuidado ambiental.
Os estudos também destacam que o excesso de estímulos, como recursos táteis em livros infantis, pode prejudicar o aprendizado de palavras em bebês. Em vez de apoiar o aprendizado, esses estímulos acabam distraindo e dificultando a generalização do conhecimento, mostrando que, em muitos casos, menos é mais. Nesse sentido, é benéfico reduzir o uso de tecnologia e de brinquedos prontos, priorizando interações e experiências que estimulem o pensamento criativo e a exploração do mundo ao redor.
A incorporação de momentos de contato com a natureza e o uso de brinquedos não estruturados está alinhada com as diretrizes do currículo de São Paulo, que valoriza práticas educativas que promovam a autonomia, a criatividade e o desenvolvimento de habilidades sociais. Ao proporcionar um ambiente onde as crianças podem brincar e interagir livremente, estamos contribuindo para a formação de indivíduos mais resilientes, criativos e engajados com o mundo ao seu redor.
Referências
- São Paulo (Cidade). Secretaria Municipal de Educação. Currículo da Cidade – Educação Infantil. São Paulo, 2019. Disponível em: https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/curriculo-da-cidade/.
- Muhinyi, A., Ricketts, J., & Shinskey, J. (2020). Touch-and-feel features in “first words” picture books hinder infants’ word learning. Department of Psychology, Royal Holloway, University of London, Surrey. Este estudo aborda como o excesso de estímulos em livros infantis pode prejudicar o aprendizado de palavras em bebês.
- Dankiw, K. A., Tsiros, M. D., Baldock, K. L., & Kumar, S. (2020). The impacts of unstructured nature play on health in early childhood development: A systematic review. University of South Australia. Este artigo de revisão sistemática explora os benefícios das brincadeiras não estruturadas e do contato com a natureza no desenvolvimento infantil, incluindo melhorias em habilidades motoras, atenção e saúde emocional e física.
Samara Souza – Psicopedagoga
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