Diagnóstico de Autismo, TDAH ou Transtorno de Aprendizagem: Como Apoiar Meu Filho?

Receber o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou Transtorno Específico da Aprendizagem (TEAp) pode trazer muitas dúvidas para os pais. É natural sentir preocupação e se questionar sobre o que isso significa para o futuro da criança. No entanto, compreender esse diagnóstico e saber como oferecer o suporte adequado é o primeiro passo para promover seu desenvolvimento e bem-estar.
Cada criança tem seu próprio ritmo de aprendizado, interação e expressão, e um diagnóstico não deve ser visto como uma limitação, mas sim como um guia para adaptações que favoreçam seu crescimento. Com a abordagem correta e o apoio adequado, a criança pode explorar suas potencialidades e desenvolver habilidades essenciais para a vida.
Neste artigo, vamos esclarecer o que são essas condições, como se manifestam e quais estratégias podem contribuir para um acompanhamento eficaz e acolhedor.
O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, além da presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. O TEA não tem uma única causa definida, mas estudos indicam que fatores genéticos e neurobiológicos desempenham um papel central em seu desenvolvimento.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR) classifica o TEA em três níveis, de acordo com a necessidade de suporte para as interações sociais e comportamentos restritivos/repetitivos. Essa classificação não é fixa, podendo variar ao longo da vida.
- Nível 1 – Necessita de suporte: A pessoa apresenta dificuldades na interação social, podendo ter menor reciprocidade nas conversas e dificuldade em iniciar ou manter interações. Com suporte, pode desenvolver habilidades sociais e maior autonomia. Os comportamentos restritivos podem interferir no dia a dia.
- Nível 2 – Necessita de suporte substancial: As dificuldades sociais são mais evidentes, podendo incluir menor iniciativa para interações e respostas atípicas a tentativas de contato social. Os comportamentos restritivos e repetitivos são mais frequentes e podem causar dificuldades significativas na adaptação a mudanças.
- Nível 3 – Necessita de suporte muito substancial: A pessoa apresenta déficits severos na comunicação verbal e não verbal, podendo demonstrar pouca ou nenhuma iniciativa de interação social. Os comportamentos repetitivos e resistência a mudanças interferem significativamente em sua rotina e independência, demandando suporte intenso para a qualidade de vida.
Como lidar com o diagnóstico de TEA?

O primeiro passo é buscar informações de fontes confiáveis e contar com uma equipe multidisciplinar, incluindo psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e médicos especialistas. Algumas estratégias importantes para o dia a dia incluem:
✔ Observar os gatilhos e preferências da criança: Identificar situações que causam desconforto ou promovem bem-estar ajuda a criar um ambiente mais favorável para o desenvolvimento.
✔ Adaptar a comunicação e rotina: Algumas crianças autistas se beneficiam de métodos visuais, como quadros de rotina e pictogramas, para organizar seu dia a dia.
✔ Promover um ambiente acolhedor e compreensivo: Estimular a autonomia e respeitar o tempo da criança são essenciais para o fortalecimento da autoestima e das habilidades sociais.
Cada criança tem potencial para aprender e se desenvolver. O suporte adequado e o acompanhamento especializado fazem toda a diferença.
O que é o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)?
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades persistentes em regular a atenção, o controle inibitório e o nível de atividade. Seus sintomas se manifestam desde a infância e impactam o desempenho acadêmico, os relacionamentos interpessoais e o funcionamento diário.
O DSM-5-TR classifica o TDAH em três apresentações:
🔹 Predominantemente desatento – Dificuldades mais acentuadas na atenção, organização e memória de trabalho.
🔹 Predominantemente hiperativo-impulsivo – Maior inquietação motora e impulsividade.
🔹 Apresentação combinada – Quando há sintomas significativos de desatenção e hiperatividade-impulsividade.
Principais sintomas do TDAH:
✔ Desatenção: Dificuldade em manter o foco em tarefas prolongadas, propensão a erros por descuido, esquecimento frequente e desorganização.
✔ Impulsividade: Tomada de decisões precipitadas, dificuldade em esperar a vez e tendência a interromper conversas ou atividades.
✔ Hiperatividade: Agitação motora excessiva, inquietação constante e dificuldade em permanecer sentado quando esperado.

O TDAH tem forte base neurobiológica, com herança genética significativa e associações com alterações no funcionamento dos neurotransmissores, especialmente a dopamina e a noradrenalina. Embora fatores ambientais possam influenciar a manifestação e intensidade dos sintomas, o TDAH não é causado por práticas parentais, alimentação ou falta de disciplina.
Como lidar com o diagnóstico de TDAH?
Assim como no autismo, o suporte profissional é fundamental para que a criança desenvolva estratégias eficazes de autorregulação. Algumas medidas que podem ajudar incluem:
✔ Rotinas estruturadas: Crianças com TDAH tendem a se beneficiar de uma organização previsível do dia a dia, com horários fixos e instruções claras.
✔ Divisão de tarefas: Separar atividades em pequenas etapas facilita a execução e aumenta a sensação de realização.
✔ Ambiente tranquilo para estudos: Reduzir distrações e proporcionar pausas regulares pode melhorar a concentração e o desempenho acadêmico.
✔ Apoio psicológico e terapêutico: Estratégias da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) podem auxiliar no desenvolvimento de habilidades de autorregulação, foco e planejamento.
O que é o Transtorno Específico da Aprendizagem?

O Transtorno Específico da Aprendizagem (TEAp) refere-se a dificuldades persistentes no aprendizado de habilidades acadêmicas fundamentais, como leitura, escrita e matemática. Ele não está relacionado ao nível de inteligência, mas sim a diferenças no processamento cognitivo que afetam o desempenho escolar. Os subtipos são:
- Transtorno Específico da Aprendizagem com prejuízo na leitura (dislexia é um termo alternativo para este subtipo): dificuldade em decodificar palavras, reconhecer padrões fonológicos e fluência de leitura..
- Transtorno Específico da Aprendizagem com prejuízo na escrita: dificuldade em organizar e expressar ideias por meio da escrita, além de erros ortográficos frequentes.
- Transtorno Específico da Aprendizagem com prejuízo na matemática (discalculia é um termo alternativo para este subtipo): dificuldade em compreender conceitos numéricos, realizar cálculos e resolver problemas matemáticos.
Essas dificuldades são de origem neurobiológica e podem ser identificadas ainda na infância, quando há um desempenho abaixo do esperado para a idade e escolaridade, mesmo com ensino adequado.
Como os pais podem lidar com o diagnóstico do Transtorno Específico da Aprendizagem?

✔ Busque avaliação profissional: O diagnóstico deve ser realizado por profissionais capacitados, como psicólogos, neuropsicólogos e psicopedagogos, por meio de testes específicos e análise do histórico escolar.
✔ Utilize estratégias pedagógicas adaptadas: Métodos de ensino que combinam estímulos visuais, auditivos e cinestésicos podem ajudar na aprendizagem.
✔ Apoie o aprendizado com recursos tecnológicos: Softwares e aplicativos voltados para leitura, escrita e cálculos podem ser aliados importantes na escolarização.
✔ Estimule a autoestima da criança: Evite comparações e valorize pequenas conquistas. A motivação e o suporte emocional são fundamentais para o progresso.
✔ Mantenha contato com a escola: Professores e equipe pedagógica devem estar alinhados para criar um ambiente favorável ao aprendizado e implementar estratégias eficazes.
Com quem posso contar para ajudar meu filho?

Buscar apoio profissional faz toda a diferença nesse processo. No Espaço Cume, contamos com uma equipe especializada no acompanhamento de crianças e adolescentes, proporcionando intervenções baseadas em evidências e personalizadas para cada necessidade. Se você tem dúvidas ou deseja entender melhor como apoiar seu filho, entre em contato e agende uma consulta. Juntos, podemos construir um caminho de desenvolvimento, acolhimento e crescimento.
O Espaço Cume está localizado na:
Rua Vergueiro, 1.353, sala 1.005 – Vila Mariana, São Paulo
Entre em contato com a gente!
(11) 99404-4389
0 comentário