Depressão na infância e adolescência: Principais sinais, causas e como reconhecer os primeiros sintomas

Publicado por cumedesenvolvimento em

A depressão na infância e na adolescência tem sido foco de debates, estudos, mas, acima de tudo, da preocupação persistente na vida de diversas famílias. Muitos pais se perguntam “por que parece que meu filho está deprimido?”. É natural surgirem sensações de angústia, medo do desconhecido e, às vezes, até culpa. Mas, antes de determinar qualquer causa, é preciso entender a depressão em si. Neste artigo, vamos investigar o tema. Vem com a gente!

Depressão na infância e na adolescência é algo novo?

A depressão na infância e na adolescência não é uma novidade, mas a percepção de que ela representa uma surpresa para muitos, sim. Estamos prestando cada vez mais atenção às crianças e adolescentes dessa nova geração, preocupados com estímulos negativos, excesso de informação e questões de proteção. Com isso, os casos de depressão na infância e na adolescência estão se tornando mais visíveis. Nossa consciência sobre o tema está se expandindo.

Embora a discussão sobre transtornos mentais e emocionais tenha avançado ao longo dos anos, tanto no nosso círculo social quanto na internet, ainda há um caminho a ser percorrido na disseminação de informações claras e acessíveis. O estudo e a abordagem da depressão em adultos já progrediram bastante, mas a depressão na infância e na adolescência traz novos desafios que exigem um olhar mais cuidadoso e especializado. O que realmente há de novo é o olhar mais atento sobre ela e a busca por tratamento.

Como crianças e adolescentes, ainda tão jovens, podem apresentar depressão?

A depressão na infância e na adolescência, independentemente de culturas, causa preocupação, pois essas fases da vida estão geralmente associadas à alegria e leveza. Apesar das dificuldades do mundo, as crianças simbolizam desprendimento e inocência.

A adolescência, embora traga dúvidas e inseguranças, também é vista como uma fase positiva e desbravadora. Afinal, espera-se que a ausência de responsabilidades intensas permita aos jovens enxergar o mundo de forma mais leve e divertida.

No entanto, crianças e adolescentes podem experimentar sofrimentos psicológicos tão intensos quanto os dos adultos. Estão descobrindo o mundo e lidando com seus sentimentos pela primeira vez, sem a bagagem emocional dos mais velhos. Como ainda são dependentes dos pais, tendem a buscar amparo diante do sofrimento, em vez de enfrentá-lo sozinhos.
Cientificamente, há mais de cinco décadas, a depressão na infância e na adolescência era muitas vezes ignorada. Quando reconhecida, era frequentemente atribuída a “malcriação”, “fases da vida” ou “rebeldia”. Hoje, esses termos estão caindo em desuso, à medida que entendemos que a infância e a adolescência são tão diversas quanto as experiências adultas. Atualmente a depressão é vista como uma condição séria que precisa ser tratada de maneira humanizada e especializada.

Abandonar esses rótulos negativos sobre comportamentos infantis e adolescentes reduz estigmas e encoraja pais, professores e profissionais de saúde a criarem um elo de comunicação sobre o tema. Isso permite que crianças e adolescentes recebam apoio adequado e deem os primeiros passos para superar dificuldades emocionais.

Como o mundo está percebendo a depressão na infância e na adolescência?

A depressão na infância e na adolescência ganhou destaque mundial, não apenas porque começou a ser uma preocupação nos lares, mas porque estatísticas passaram a revelar um novo padrão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 14% dos jovens no planeta, entre 10 e 19 anos, sofrem de algum transtorno mental, conforme dados publicados pelo Nexo Jornal em 2024.

De acordo também com a Organização Pan-Americana da Saúde, a principal causa desse sofrimento psicológico é a depressão. Inclusive, estudos recentes publicados pelo jornal CNN Brasil, indicam um aumento significativo nos casos de depressão ocorridos durante a pandemia de COVID-19. Por isso, ressaltamos como a depressão na infância e na adolescência pode ter o mesmo impacto que tem na vida adulta. O isolamento trouxe, ou em muitos casos, piorou quadros de depressão entre crianças e adolescentes.

O que pode causar depressão na infância e na adolescência?

Sentimentos como ansiedade e tristeza fazem parte da vida. Crianças e adolescentes estão aprendendo a identificá-los e transformá-los. No entanto, quando surgem dificuldades nesse processo, causadas por diferentes fatores, a capacidade de adaptação pode ser comprometida, abrindo espaço para o desenvolvimento da depressão na infância e na adolescência.

A depressão ocorre raramente isolada. Trata-se de um fenômeno multifacetado, com causas variadas que podem coexistir. Entre os principais fatores, destacam-se:

  • Fatores biológicos: Questões genéticas desempenham um papel importante, especialmente quando há histórico familiar de depressão ou outros transtornos emocionais. Além disso, alterações hormonais – como as que ocorrem durante a puberdade – podem desestabilizar neurotransmissores, como serotonina e dopamina, impactando diretamente o bem-estar.
  • Fatores psicológicos: Aspectos emocionais e cognitivos podem contribuir significativamente para o surgimento da depressão. Baixa autoestima, perfeccionismo, sentimentos de inadequação ou confusão sobre a própria identidade são alguns exemplos. Além disso, transtornos como TDAH, dificuldades de aprendizagem e transtorno do espectro autista podem aumentar os desafios no desenvolvimento emocional, afetando o bem-estar de crianças e adolescentes.
  • Experiências traumáticas: Eventos marcantes como bullying, divórcios familiares, mudanças drásticas na rotina devido a problemas financeiros, conflitos constantes no ambiente familiar, perdas de entes queridos ou a falta de suporte emocional podem atuar como gatilhos para a depressão. A ausência de um ambiente acolhedor para a expressão dos sentimentos é especialmente prejudicial.
  • Fatores ambientais: Exposição a situações adversas, como mudanças frequentes de residência, violência, desastres naturais ou eventos de grande impacto, como pandemias, também podem influenciar o estado emocional de crianças e adolescentes. Esses fatores não atuam de forma isolada. Eles frequentemente se sobrepõem, criando experiências únicas e desafiadoras para cada indivíduo. Portanto, uma análise cuidadosa e individualizada é fundamental para compreender e tratar a depressão nesses grupos.

Essas causas devem ser analisadas com muito critério, pois, ao se sobreporem, podem criar uma combinação única e desafiadora para cada indivíduo.

O excesso de tecnologia pode causar depressão na infância e na adolescência?

Sim! Por isso, precisamos refletir sobre como a vida moderna, com todos os seus avanços e facilidades, trouxe também desafios sutis e profundos que moldam a percepção e a saúde emocional de crianças e adolescentes, favorecendo a depressão.

Eles também sentem a velocidade do passar do tempo, a pressão das atividades diárias e o excesso de estímulos, além da constante busca por validação, seja da família ou dos colegas. Muitas vezes, encontram-se sobrecarregados.

As redes sociais, por exemplo, embora conectem pessoas e promovam conhecimento e entretenimento, também podem criar cenários de comparações irreais e sobrecarga de estímulos. Já os videogames, dependendo de como são utilizados, podem tanto oferecer benefícios cognitivos e sociais quanto contribuir para dificuldades emocionais, especialmente se usados em excesso ou em contextos pouco supervisionados. Esses fatores, quando associados a outros desafios, podem influenciar o bem-estar emocional de crianças e adolescentes.

Quais são os sinais de alerta de depressão em crianças e adolescentes?

Agora que você entende as possíveis causas, vamos pensar nos sinais de depressão em crianças e adolescentes. Nem toda criança chorará ou apresentará comportamento agitado, assim como nem todo adolescente “responderá” aos pais. Veja alguns sinais que podem servir de alerta:

  • Choro frequente ou fora de contexto;
  • Alterações bruscas de humor;
  • Vergonha excessiva;
  • Medo de se relacionar;
  • Queda no rendimento escolar;
  • Baixa autoestima;
  • Dificuldade de concentração;
  • Vontade de dormir ou usar tecnologia em excesso como válvula de escape;
  • Agitação psicomotora;
  • Queixas físicas, como dores de cabeça ou insônia.

Esses são apenas exemplos comuns que integram a depressão em crianças e adolescentes. Não é um fator isolado que determina o diagnóstico e buscar ajuda profissional é determinante.

Como lidar com a depressão em crianças e adolescentes?

Para que o diagnóstico de depressão em crianças e adolescentes seja realizado e o tratamento adequado tenha início, é importante avançar passo a passo. Ao perceber sinais de que algo não está bem, ofereça acolhimento e paciência. Mesmo que seja difícil compreender as razões por trás do sofrimento, demonstre empatia e disponibilidade para ouvir. Essa postura é fundamental para criar um ambiente seguro e facilitar a aceitação da ajuda profissional com um psicólogo especializado.

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